Escrito por : Comissão de Festas sábado, 14 de fevereiro de 2015

O Santuário de Nossa Senhora da Ajuda está localizado na freguesia de Malhada Sorda, pertencente ao concelho de Almeida e ao Distrito da Guarda. A sua origem é remota, bem como a origem da Romaria a este Santuário. A este Santuário acorrem milhares de pessoas a pagar promessas e fazer as suas preces todos os anos. No ano de 1948 era já uma das cinco Romarias mais importantes e com maior afluência da Diocese da Guarda e a maior do Distrito. Hoje podemos afirmar que é a maior Romaria da Diocese da Guarda.
Tanto o Santuário de Nossa Senhora da Ajuda como o Convento dos Frades Descalços de Santo Agostinho estão classificados como Património Monumental pelo Sistema de Informação para o Património Arquitetónico.
A maior Romaria da Diocese da Guarda
No entanto, este Santuário nem sempre foi como hoje é, tendo associado à sua evolução uma história interessantíssima.
Antes da atual e imponente capela, havia uma ermidinha. "O primeiro documento, de que há memória, referente a esta ermida, é datado de 1746 e nele se faz menção do sino da dita ermida, sino que tinha a era de 1390, as palavras de Jesus e Maria e, entre estas duas palavras, em alto relevo, as armas da vila de Vilar Maior", freguesia vizinha de Malhada Sorda. É importante referir que, antes de pertencer ao concelho de Almeida, Malhada Sorda pertenceu ao concelho de Vilar Maior, entretanto extinto.
No cartório da Câmara da mesma Vila foi encontrada a Bula original do Papa Urbano VIII, emitida a 5 de fevereiro de 1629, "pela qual se concede indulgência plenária perpétua aos fiéis que visitassem a Senhora na Sua Capela no dia primeiro de Maio e outras indulgências parciais, nos dias da Assunção, Expectação, Visitação e Natividade da mesma Senhora".
Ao longo dos anos a devoção a Nossa Senhora da Ajuda foi crescendo e em decreto de 30 de maio de 1834, assinado por Joaquim António de Aguiar, os habitantes desta freguesia decidiram levar a cabo a arrojada ideia de edificarem a atual Capela, uma das maiores da vasta Diocese da Guarda. Esta ficou concluída a 6 de setembro de 1900, sendo pároco da freguesia o Padre António Lourenço Vasco, natural de Nave de Haver.
A história do Santuário cruza-se com a do Convento dos Agostinhos Descalços
A história deste Santuário cruza-se com a história do Convento dos Frades Descalços de Santo Agostinho, que nasceu ainda nos tempos da ermida. "A fundação deste convento foi autorizada pelo Superior Geral da sua ordem, Frei Francisco dos Remédios, nascido em Alfaiates e criado na Miuzela, que teve a inspiração de converter a ermida num convento." Para isso pede licença à Câmara de Vilar Maior. Essa licença foi-lhe passada em São Pedro do Carril, por escrito, em 16 de Março de 1746 e na segunda-feira seguinte, alcançou autorização do Padre Pascoal Carneiro, pároco da freguesia de então.
Em seguida, pela freguesia e com autorização do Bispo de Lamego, a cuja jurisdição pertencia, foi-lhe cedida a antiga ermida de Nossa Senhora da Ajuda, com o encargo da assistência espiritual ao povo e de os recolher em tempos de guerra. Obteve também autorização real, mandada passar por El-Rei D. João V, em 17 de Dezembro de 1746, para dar início à fundação deste Convento. Veio em seguida o Frei Francisco da Expectação, com licença do Superior da Ordem, para fazer as escrituras das ditas doações e outras mais que lhe fizeram algumas famílias da freguesia.
Procedeu-se às necessárias escrituras, pelo Tabelião Fernando João Pinto em Vilar Maior, a 16 de Março de 1747. Em 25 de Setembro desse mesmo ano, as escrituras foram confirmadas pela Câmara de Vilar Maior. Lavradas as escrituras, deu-se início imediato à edificação do Convento. "Enquanto as obras não foram concluídas, o Cónego da Sé da Guarda, António Afonso Borregana, que era natural desta freguesia, emprestou as casas que possuía na rua Direita, para que aí a dita Ordem fundasse um Hospício. Este Hospício que foi habitado primeiramente por Frei Tomé das Chagas, Frei João do Bonfim e Frei Manuel da Santa Catarina, que vieram em fins de Setembro de 1747. Em 1754 o Convento de Nossa Senhora da Ajuda estava concluído e nesse mesmo ano deram entrada os primeiros Frades da Ordem de Santo Agostinho. O Convento foi progredindo e várias doações lhe foram feitas conforme cópias de escrituração, que ainda existem."
Hoje em dia, o Convento encontra-se abandonado, tendo começando a sua degradação com a expulsão das ordens religiosas de Portugal, pelo Marquês de Pombal.
A imponente Capela e a beleza da Imagem
Voltando à Capela de Nossa Senhora da Ajuda: "a atual capela mede 29 metros de comprimento, 10,80 metros de largura e 14 metros de altura, tendo ainda o arco da capela-mor um vão de 6,60 metros, com 14 de altura, iluminada grandemente por 11 rasgadas janelas, munida ainda de um bom púlpito em cantaria lavrada, tendo por fundo uma riquíssima tribuna de 8 metros de largura por 10 de altura, com acesso por três amplas portas. É bem diferente da antiga ermidinha de Nossa Senhora da Ajuda."
A atual imagem de Nossa Senhora da Ajuda mede cerca de 1,45m de altura, é de data desconhecida e de escultor anónimo. É uma das mais belas que se conhecem. Inspira bondade, carinho, ternura, consolação, misericórdia, ajuda para todos que a invocam.
Sabe-se, no entanto que esta já é a segunda imagem de Nossa Senhora da Ajuda, pois a primeira ardeu na sequência de um incêndio: "a 8 de Setembro de 1939, mão devota, mas imprudente, que ostentava vela votiva, incendiou os enfeites o andar da Virgem, ficando Ela mesmo completamente irreconhecível. Lágrimas de desgosto, gritos de aflição por toda a parte."  A imagem tem hoje lindas pinturas modernas, que em nada desmerecem do seu antigo esplendor.
A Peregrinação e as Festas
O Santuário de Nossa Senhora Da Ajuda é um ponto importante e inquestionável de peregrinação, não só durante as festas, mas durante todo o ano, de pessoas que acorrem à Virgem Maria para pedir auxílio e proteção. No entanto, o ponto forte da peregrinação é nas festas de setembro, reunindo na aldeia de Malhada Sorda vários milhares de pessoas todos os anos.
Estas festas são fixas, ocorrendo todos os anos de 5 a 9 de setembro, tendo como base a Festa da Natividade da Virgem Maria, no dia 8 de setembro. São as maiores Romarias da Diocese da Guarda. A Festa de Nossa Senhora da Ajuda “continua a ser uma grande manifestação de fé que atrai anualmente milhares de pessoas (cerca de vinte mil pessoas) do distrito e também de Espanha”. A festa que vem de tempos imemoriais tem a particularidade de ser realizada por oito mordomos solteiros (quatro rapazes e quatro raparigas). A Igreja Matriz de Malhada Sorda permanece aberta, no dia da festa, até de madrugada, para que os peregrinos realizem a sua oração e participem nos rituais. Nestes dias, a localidade converte-se em "Altar do Mundo".
Embora o que mais caracterize as Festas sejam as cerimónias religiosas, a festa profana também se tem vindo a afirmar nos últimos anos, sendo já muito famoso o Concerto da Banda Filarmónica e o Arraial do dia 8 de setembro.

Fonte: Rádio Fronteira

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